Thomas Ender

1817

Thomas Ender

Texto por Keila Gomes

Thomas Ender foi um pintor austríaco que nasceu em 1793, em Viena. Podemos colocá-lo na categoria de pintores viajantes e, apesar de dominar várias técnicas de pintura, ficou conhecido como pintor aquarelista, especializado em paisagens naturais. Tinha um irmão gêmeo, Johann Ender, que também era pintor histórico.

Retrato, em fundo branco, feito à mão, de Thomas Ender, do tronco para cima. Nele, um  homem branco, com cabelos ondulados curtos e um pequeno topete, nariz e boca  pequenos, olha levemente para o lado esquerdo, sem sorrir. Ele veste um terno escuro,  com camisa social branca e lenço escuro no pescoço. Abaixo do retrato, está escrito:  "Thomas ender 1834".
Retrato de Thomas Ender, por Franz Stober, 1834. Fonte: Museu Albertina - Viena.   

De origem humilde, inicia seus estudos pictóricos com treze anos de idade, na Academia de Belas Artes de Viena, em 1806. Lá, recebe uma bolsa de estudos. Destaca-se em pintura de paisagens naturais, sendo considerado totalmente realista, contrastando com os demais pintores da época, que eram mais românticos. Ganha vários prêmios, e o mais importante em 1817, pelo quadro “Excursão na Floresta do Prater”, considerado “o grande prêmio da academia”. Tela premiada, com méritos, e adquirida pelo príncipe Metternich, um dos nobres responsáveis pela organização do casamento da princesa Leopoldina com D. Pedro I. Metternich fica fascinado pelas telas do pintor austríaco e começa a patrociná-lo.

No mesmo ano, vem para o Brasil, com 23 anos de idade, contratado pelo rei Francisco I, junto com a princesa austríaca Leopoldina, para oficializar o casamento da jovem com D. Pedro I (cerimônia que anteriormente tinha sido feito por meio de procuração). Será ele que apresentará as paisagens do Rio de Janeiro para a princesa. Foi um dos artistas participantes da expedição científica de história natural com o objetivo de constituir um museu brasileiro em Viena.

Na sua curta estada pelo País, faz pinturas sobre o panorama litorâneo, cenas urbanas, praças e os cotidianos dos escravizados. Interessa-se principalmente pela nacionalidades (etnias) dos vários escravizados que existiam no Brasil. Apesar de ter mais de setecentas obras sobre a paisagem natural, Thomas Ender não publicou nenhuma obra sobre o Brasil em vida, tendo apenas participando de livros de outros naturalistas. Sua obra foi de suma importância para a catalogação das paisagens do Brasil.

Thomas não se limita a ficar na região do Rio de Janeiro, percorrendo as regiões de São Paulo, Minas Gerais e Piauí. Mais perto de nossa terra santa-cruzense, registra sua passagem por Itaguaí, retratando um grande engenho de açúcar e o extenso itinerário da Serra do Mar.

Ao retornar de suas andanças, adoece gravemente e retorna para a Áustria em 1818. É considerado um grande pintor de sua época. Percorre outros países da Europa, junto com o imperador Francisco I. Falece na mesma cidade em que nasceu, Viena, aos 82 anos de idade, em 1875.

REFERÊNCIA

THOMAS Ender. Lápis aquarelado 27,30 cm x 43,40 cm. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa11773/thomas-ender. Acesso em: 15 set.  2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Published in 10/11/2023

Updated in 22/02/2024

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