A pesca e o comércio marítimo na baía de Sepetiba

27/05/1982

A pesca e o comércio marítimo na baía de Sepetiba

Texto por Guaraci Rosa

A baía de Sepetiba está localizada no estado do Rio de Janeiro. Abrange parte da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro e também os municípios de Itaguaí e Mangaratiba. Nela, a atividade pesqueira e o comércio são características da localidade há centenas de anos. A variedade de tipos de moluscos, peixes e crustáceos sempre foi um grande atrativo para a população local desde quando os indígenas habitavam a região.

A pesca é uma atividade econômica da região e a partir dela podemos observar o sustento de comunidades pesqueiras dos bairros que estão adjacentes à baía. É comum encontrarmos pescadores vendendo peixes e outros frutos do mar nos bairros de Pedra de Guaratiba, Sepetiba, Guaratiba, no município de Itaguaí ou nos distritos de Mangaratiba (Itacuruçá e Muriqui). Muitas vezes, o peixe e frutos do mar são vendidos diretamente à população; outras vezes, são comercializados com as peixarias que os revendem.

Essa pesca é, na maioria das vezes, a principal fonte de sustento das comunidades pesqueiras desses locais. A forma ainda é tradicional, ou seja, os pescadores utilizam redes, anzóis, tarrafas, puçás, etc.

Fotografia colorida de uma praia com a maré baixa, em que um homem olha para o chão, onde há várias pedras de diferentes tamanhos. Ao fundo, um muro e uma casa azul, com um barco também azul na beira do mar. No canto inferior direito, árvores e flores.
Praia da Dona Luiza localizada em Sepetiba. Foto Mônica Parreira.        

O comércio está presente na baía de Sepetiba de diversas formas, principalmente para o escoamento de produção de minério de ferro. Em 1973, surgem estudos para a construção de um porto na baía de Sepetiba visando o escoamento da zona industrial de Santa Cruz. 

Em 1976, logo após a fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, foi decidida a construção de um porto no município de Itaguaí. Assim, em 1982 foi inaugurado o Porto de Sepetiba. No entanto, o nome que lhe foi atribuído gerou confusão e protestos da população Itaguaíense que discordava da escolha argumentando que o porto estava localizado na cidade de Itaguaí e não no bairro de Sepetiba, ainda que não tenha sido dado com base no bairro, mas sim devido à instalar-se na baía de Sepetiba.

Em 2006, o nome foi alterado para Porto de Itaguaí, em um projeto aprovado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mudança encerrou os protestos e deu maior visibilidade à cidade da Costa Verde.

A baía de Sepetiba está presente na história do comércio do estado do Rio de Janeiro há séculos, por ela passaram diversos produtos, incluindo madeira, minérios, pescados, entre outros tipos de mercadorias. No século XIX e XX, a baía era rota de embarcações que faziam o transporte de pessoas para diversas cidades do país. Uma das companhias que se destacou nesse setor foi a Sul-Fluminense, que dominou por décadas essa área da economia.

Infográfico com o fundo preto. Em letras verdes, lê-se: "Baía de Sepetiba setenta por cento", junto a algumas gotas brancas e verdes. Em letras brancas: "desde 2011, de todas as análises que deveriam ocorrer, tivemos um déficit em relação ao seu total analisado de fato". No canto esquerdo, em letras verdes: "mais dez anos sem praia", ao lado de uma ilustração minimalista de ondas em branco. Em letras brancas: "A partir de dois mil e um o inea começou a apresentar dados sobre a balneabilidade da praia de Sepetiba. Desde esse ano, ela se apresenta com qualidade péssima." Há ilustrações brancas minimalistas de um cardume com quinze peixes, indo para a direita. Em letras verdes: "Monumentos Importantes da orla de Sepetiba". Abaixo, uma linha branca, seguida por duas colunas. Do lado esquerdo, em letras verdes: "Cais Imperial de Sepetiba", Com a foto de uma praia com muro de pedras e uma árvore com as folhas verdes, na parte superior. Abaixo, em letras brancas: "lei seis mil cento e cinquenta e um de vinte e quatro de abril de dois mil e dezessete. tomba por interesse histórico, arquitetônico, ambiental, arquiológico e cultural o Cais Imperial de Sepetiba, bem como o caminho do antigo cais, localizado no bairro de Sepetiba". Ao lado, na segunda coluna, "Apa da Orla de Sepetiba", em letras verdes, e, abaixo, um mapa. Em letras brancas "Lei Municipal número mil duzentos e oito, vinte e oito de março de oitenta e oito, Corresponde a faixa litorânea que liga Barra de Guaratiba e segue até o Rio Itaguaí. Possui uma área de onze mil quinhentos e setenta hectares com grandes riquezas de ecossistemas, como manguezais e restingas". Há uma nova linha branca passando abaixo das duas colunas. Em letras verdes: "Por Ana Gabriele Furtado de Oliveira".
Infográfico sobre a Baía de Sepetiba produzido por Ana Gabriele Furtado de Oliveira, jovem agente cultural do projeto Habitar a História-Santa Cruz, 2023.     

REFERÊNCIA

INSTITUTO POLÍTICAS ALTERNATIVAS PARA O CONE SUL (PACS) (coord.). Baía de Sepetiba: fronteira do desenvolvimentismo e os limites para a construção de alternativas. Rio de Janeiro: PACS, 2015. Disponível em: https://casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Ba%C3%ADa-de-Sepetiba-fronteira-do-desenvolvimentismo.pdf. Acesso em: 19 de ago. 2023

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Published in 13/11/2023

Updated in 19/02/2024

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